terça-feira, 4 de agosto de 2009
Cerveja pré-histórica
A cerveja feita na Stumptown Brewery, na Califórnia, é muito diferente. A ale feita lá tem um ingrediente único: Saccharomyces cerevisae (a levedura da cerveja) de 45 milhões de anos, resgatados de um pedaço de âmbar formado durante o Eoceno e reanimados no laboratório do microbiólogo Raul Cano.
Em 1995, Cano extraiu os micro-organismos do fóssil de 45 milhões de anos, que estavam dormentes desde o Eoceno, época geológica em que surgiam os primeiros mamíferos na Terra, e trouxe a levedura de volta à vida.
Raul Cano, nascido em Cuba, foi o primeiro a trazer de volta à vida algo com mais de 25 milhões de anos. Ele extraiu o conteúdo do estômago de uma abelha presa em âmbar, colocou em meio de cultura e surpreendentemente algo se propagou na placa de petri: esporos de uma bactéria relacionada ao Bacillus sphaericus moderno. Foi uma descoberta chocante, a de que micro-organismos podiam ser tão extraordinariamente resistentes.
Depois disso ele cultivou vários micro-organismos pré-históricos, incluindo o Saccharomyces cerevisae de 45 milhões de anos. Em 2006, numa conversa com o cervejeiro da Stumptown Brewery, eles acharam que seria interessante se pudessem fazer cerveja com a levedura do Eoceno.
O cervejeiro combinou a levedura com os outros ingredientes e viu que o comportamento dela na fermentação era no mínimo incomum. Ele estava pronto para jogar a cerveja pelo ralo se o gosto ficasse horrível. Mas ele viu que era bom, e único. Depois de experimentos e aperfeiçoamentos, a cerveja é hoje produzida e distribuída com o nome Fossil Fuels Brewing Co.
Uma galeria de fotos do processo de fabricação da cerveja pré-histórica foi publicada na Wired, que tem um artigo com toda a história da cerveja aqui: Amber Ale: Brewing Beer From 45-Million-Year-Old Yeast
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